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Estudo com um milhão de mulheres aponta a tomossíntese como o exame mais eficiente para detectar o câncer de mama

Mamografia ainda é o procedimento padrão para o diagnóstico da doença Estudo feito com mais de um milhão de mulheres mostrou que, embora a maioria se subme...

Estudo com um milhão de mulheres aponta a tomossíntese como o exame mais eficiente para detectar o câncer de mama
Estudo com um milhão de mulheres aponta a tomossíntese como o exame mais eficiente para detectar o câncer de mama (Foto: Reprodução)

Mamografia ainda é o procedimento padrão para o diagnóstico da doença Estudo feito com mais de um milhão de mulheres mostrou que, embora a maioria se submeta a mamografias para rastrear o câncer de mama, um outro exame é mais eficiente para atingir esse objetivo. Trata-se da tomossíntese, ou mamografia 3D, que também é um método de imagem, mas com tecnologia avançada, na qual é possível “fatiar” a mama, permitindo uma avaliação eficaz – a visualização é tridimensional, fornecendo imagens de 1 mm de espessura reconstruídas num processo semelhante ao da tomografia computadorizada. No Brasil, o câncer de mama é o de maior incidência entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer estima uma média de 70 mil novos casos por ano. Tomossíntese: exame mais eficiente para detectar o câncer de mama Elías Alarcón para Pixabay Embora a mamografia seja o procedimento padrão, a tecnologia da tomossíntese consegue capturar múltiplas imagens de diferentes ângulos, sendo especialmente indicada para quem tem mamas muito densas e heterogêneas. Foram compiladas informações de cinco grandes sistemas de saúde dos Estados Unidos, que somavam um total de mais de um milhão de pacientes, entre 40 e 79 anos, que se submeteram a mamografias ou tomossínteses entre janeiro de 2014 e dezembro de 2020. “O estudo foi muito amplo, porque a maioria fez pelo menos dois exames nesse período, ou seja, é um total de mais de 2 milhões de imagens”, explicou a médica Emily Conant, professora da University of Pennsylvania e coautora da pesquisa. A tomossíntese conseguiu detectar o câncer numa proporção maior: 5,3 casos em mil, enquanto a mamografia ficou em 4,5 em mil. O número de falsos positivos também foi menor, assim como a necessidade de exames complementares. O trabalho foi divulgado no meio do mês na revista “Radiology”, uma publicação da Sociedade Radiológica da América do Norte. O ginecologista e mastologista Augusto Rocha, que foi professor da faculdade de medicina da UFRJ por 30 anos, indica a tomossíntese para suas pacientes, embora reconheça que, no cenário em que vivemos, a mamografia 2D “continua sendo a opção possível e eficiente”. Ele afirma que, nos EUA, 80% dos centros de diagnóstico já utilizam esse exame: O ginecologista e mastologista Augusto Rocha: “além de aumentarmos o número de casos diagnosticados entre 20% e 25%, reduzimos os complementos de imagem” Acervo pessoal “Além de aumentarmos o número de casos diagnosticados entre 20% e 25%, reduzimos os complementos de imagem. Com isso, a carga de radiação levemente maior da tomossíntese termina sendo menor do que quando é preciso fazer exames complementares para avaliar melhor as imagens da mamografia digital em 2D. A não aprovação pelos planos de saúde e implementação no serviço público têm a ver com o custo do equipamento, que fica de 30% a 40% acima do tradicional, mas também com a necessidade de treinamento de mão de obra. Os próprios mastologistas devem se aprimorar para interpretar as imagens.” Em 2022, outro estudo, publicado na conceituada “Lancet Oncology”, já apontava as vantagens da tomossíntese. Pesquisa conduzida pela Universidade de Munster, na Alemanha, rastreou 99 mil mulheres entre 50 e 69 anos, de julho de 2018 a dezembro de 2020. As pacientes foram designadas aleatoriamente para realizar um dos dois exames e a tomossíntese detectou 48% mais tumores invasivos do que a mamografia. No entanto, por aqui, o método só está disponível em alguns centros de diagnóstico e hospitais particulares, além de hospitais públicos especializados, como o Inca e o Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP. O procedimento, que custa entre R$ 600 e R$ 800, não é coberto pela maioria dos planos de saúde.